Portugal é um dos 39 países que integra a COST Action PROGRAMMING (PROmoting GeRiAtric Medicine IN countries where it is still eMerGing), uma iniciativa europeia que visa a implementação ou reforço da Geriatria nos países em que esta ainda se está a desenvolver. Uma das primeiras iniciativas é inquirir os profissionais de saúde sobre quais as lacunas formativas nesta área.

“O objetivo do inquérito é mapear as necessidades de formação em Geriatria em vários países, nomeadamente em Portugal”, explica Sofia Duque, coordenadora do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

A internista, com competência em Geriatria, integra o projeto europeu e também lidera um dos grupos de trabalho do mesmo. Apela assim à participação de todos os profissionais como médicos de várias especialidades, quer tenham interesse ou não em Geriatria, quer enfermeiros, técnicos, decisores políticos que trabalham nesta área da saúde. “A participação de Portugal no inquérito é essencial para se perceber o que é necessário melhorar em termos de formação no nosso país.”

Estando há alguns anos dedicada a esta área da saúde, e integrando os quadros executivos da European Geriatric Medicine Society (EuGMS), vê como “muito positivo” este programa que junta quase 40 países. Além daqueles que já têm implementada a Medicina Geriátrica há algumas décadas e que “muito podem contribuir com a sua experiência”, há os que veem nesta iniciativa a possibilidade de avançarem finalmente com os cuidados geriátricos. É o caso da Turquia, da Grécia ou da Roménia, entre outros.

No caso específico de Portugal, nos últimos anos criou-se a competência em Geriatria pela Ordem dos Médicos, em 2014, e foram sendo desenvolvidos alguns projetos. Unidades de Ortogeriatria ou consultas multidisciplinares de Geriatria começaram a surgir, antes da pandemia, nalguns hospitais públicos portugueses, mas, com a covid-19, muitos acabaram por ficar parados. Face a esta realidade, a especialista espera que se possa retomar o rumo perdido. “O SNS está em remodelação, é essencial criar respostas específicas para os idosos”, defende.

A participação no inquérito está disponível no site da COST action PROGRAMMING. Para aceder ao inquérito, traduzido em Português, basta clicar na bandeira do nosso país.

MJG

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