Perto de 112 mil habitantes do concelho de Loures dispõem desde ontem de uma unidade de saúde mental comunitária, que espera realizar anualmente 4.000 consultas médicas e 1.800 de Psicologia, anunciou a presidente do CA do Hospital Beatriz Ângelo.
A Unidade de Saúde Mental Comunitária de Loures, a funcionar nas instalações do Centro de Saúde de Loures, vai abranger um universo de 111.564 habitantes, residentes nas freguesias de Bucelas, Fanhões, Loures e Lousa, Camarate, Unhos e Apelação, Santo António dos Cavaleiros e Frielas e Santo Antão do Tojal e São Julião do Tojal.
A nova unidade de saúde visa a prestação de consultas de Psiquiatria e de Enfermagem na comunidade de forma integrada nos cuidados de saúde primários e o alargamento das consultas de saúde mental sob responsabilidade do Hospital Beatriz Ângelo para a comunidade, permitindo uma intervenção mais precoce e facilitando a acessibilidade a estas consultas, refere a Câmara Municipal de Loures.
Na cerimónia de inauguração, que contou com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, e da vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a presidente do Hospital Beatriz Ângelo, Rosário Sepúlveda, disse estimar-se ainda a realização de 1.500 consultas de enfermagem e 2.000 sessões de hospital de dia.
Serão também realizados atendimentos individuais e familiares pelo Serviço Social e visitas domiciliares, a realizar por equipa multidisciplinares, em função das necessidades dos utentes. “Todas estas novas dinâmicas e atividades diversas visam também reduzir internamentos potencialmente evitáveis e reduzir a necessidade de recurso ao serviço de urgência, melhorar o acesso aos cuidados de saúde”, adiantou Rosário Sepúlveda.
Em declarações a jornalistas à margem da cerimónia, o ministro da Saúde adiantou que há uma meta no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de criar 40 equipas de saúde mental comunitárias. “Estão criadas já 20. Este ano, vão ser criadas mais dez equipas de cuidados de saúde mental comunitárias, mas há algumas que acrescem”, disse o ministro.
Avançou ainda que dentro de “alguns meses” entrará também em funcionamento no Agrupamento de Centros de Saúde Loures e Odivelas outra unidade de saúde mental comunitária, em Odivelas. “É muito importante fazermos esta rede de proximidade”, defendeu Manuel Pizarro, considerando que “os temas de saúde mental têm que ser tratados com normalidade”. “Temos que combater o estigma, a saúde mental faz parte da saúde integral de cada ser humano e tem que ser tratada com a mesma normalidade que é tratada qualquer doença física, com equipas próximas das pessoas que resolvam a generalidade dos casos que, felizmente, são casos de pouca gravidade, reservando os cuidados mais especializados para os casos de maior gravidade e complexidade”, defendeu.
LUSA
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