Em que consiste o Programa da Perturbação Borderline da Personalidade?

O Programa da Perturbação da Personalidade Borderline consiste num tratamento especializado, estruturado e diversificado, dirigido a esta patologia, com diferentes níveis de resposta e uma equipa multidisciplinar. As intervenções podem ser individuais ou em grupo, quer em ambulatório, residência, hospital de dia ou internamento, dependendo das necessidades dos utentes e da gravidade da patologia.

O primeiro dia das Jornadas será mais generalista, envolvendo várias questões da Psicologia, enquanto que o segundo dia será mais centrado na Psicologia da Infância e da Adolescência. Porquê a escolha por dar destaque a vários temas dentro desta área?

Quanto à mesa relativa à infância e adolescência, serão abordados problemas prementes no atual contexto social do desenvolvimento psicológico e da personalidade da criança, nomeadamente o crescimento com perturbações do neurodesenvolvimento, como são os casos da perturbação hiperativa na adolescência ou em crianças e adolescentes do sexo feminino que apresentam perturbação de autismo e que colocam desafios específicos na avaliação e na intervenção psicológica.

“Será ainda abordada uma investigação inovadora no nosso país, nomeadamente a utilização das tecnologias informáticas de forma positiva, através da análise dos seus contributos para a reabilitação psicológica da criança e do adolescente.”

A avaliação neuropsicológica será um dos temas em debate durante o evento. Em relação à doença de Parkinson, que corresponde a um dos subtemas em análise no programa, qual é a relação desta patologia com o multiculturalismo?

A importância de debatermos este tema deve-se ao facto de que temos cada vez mais imigrantes de várias nacionalidades e naturalidades, o que faz com que se levantem muitas questões relativamente a que testes ou provas devemos utilizar para avaliar estes doentes. A oradora Melanie Cohn, que exerce funções no Toronto Western Hospital, vem falar desta questão porque no Canadá existem muitos emigrantes, e em particular, doentes de Parkinson. No entanto, este tema aplica-se a qualquer utente com ou sem a doença neurológica.

A reabilitação cognitiva também vai ser alvo de destaque nas Jornadas. Porquê esta escolha?

Vamos abordar programas específicos destinados a demência e a esclerose múltipla, de forma a termos mais ferramentas para fazer um trabalho assistencial cada vez mais eficaz. Atualmente, no Serviço de Psicologia, mais concretamente na unidade de Neuropsicologia, realizamos sessões de grupo de estimulação cognitiva em pacientes com defeito cognitivo ligeiro, em quadros demenciais em fase inicial, em grupos de doentes que sofreram AVC e ainda em grupos de doentes com esclerose múltipla. Estamos constantemente à procura de novos programas para pôr em prática.

CG

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