A médica que denunciou alegados casos de erros e de negligência no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro disse que vai processar os médicos do serviço e admitiu ser colocada noutra unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). À entrada para a unidade e quando confrontada pelos jornalistas com o anúncio de que um médico e o diretor do serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Faro iriam avançar com um processo de difamação, a médica indicou que também os iria processar a eles.
No final da audiência, Diana Pereira, acompanhada pelo advogado Francisco Teixeira da Mota, disse aos jornalistas que espera que as averiguações dos casos denunciados “decorram o mais rapidamente possível, para poder continuar o internato médico”.
Diana Pereira disse não ter vontade de continuar no serviço de Cirurgia do Hospital de Faro, admitindo vir a ser colocada noutra unidade de saúde do centro hospitalar algarvio. “Não tenho vontade de continuar em Faro, mas o centro hospitalar tem mais unidades e pode ser que, entretanto fique colocada numa delas”, sublinhou.
O advogado Francisco Teixeira da Mota adiantou aos jornalistas que Diana Pereira foi ouvida pelo médico cirurgião Mahomede Americano, o clínico responsável pelo inquérito interno determinado pelo CHUA. Na opinião do causídico, o que está em questão neste processo “é o bem-estar dos doentes”, porque é uma denúncia feita “para proteger a saúde pública e a saúde das pessoas” que vão ao Hospital de Faro. “A Dr.ª Diana Pereira corajosamente declarou perante as entidades e autoridades aquilo que entendia que estava incorreto correndo todos os riscos”, notou.
Diana Pereira acrescentou que na audição com o cirurgião Mohomede Americano foram abordados os 11 casos denunciados, “tendo reiterado todos, com perguntas em particular para cada um e apontando testemunhas”. A médica disse também que não foi ainda ouvida pela comissão técnica independente nomeada pela Ordem dos Médicos, pela Polícia Judiciária ou pelo Ministério Público. A médica Diana Pereira, que se encontra de férias, pediu a suspensão do internato na unidade depois de ter apresentado queixa na Polícia Judiciária sobre 11 alegados casos de erros ou negligência ocorridos naquele serviço, entre janeiro e março.
LUSA
Notícia relacionada