De acordo com a OMD, um dos países mais requisitados para a realização deste tipo de procedimentos é a Turquia. Porém, também o Reino Unido, Espanha e Portugal são exemplos de países onde os aliciadores atuam, “prometendo dentes brancos, perfeitamente alinhados, em tempo recorde e a preços muito mais baratos do que nos países de origem”, escreve a Ordem dos Dentistas.

Em abril foi detetado um caso deste cariz em Portugal, sendo que a OMD e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) identificaram em flagrante um profissional não habilitado a aliciar doentes num hotel no Porto para que realizassem tratamentos médicos dentários na Turquia.

Assim, e face a todos os “casos crescentes de abcessos, infeções, tratamentos desnecessários e de qualidade duvidosa e outros problemas dentários registados em diferentes países europeus, em pessoas a quem lhes é prometido um determinado tratamento e acabam por sofrer intervenções inadequadas, como a colocação de coroas dentárias, a OMD considera fundamental que os cidadãos adotem comportamentos preventivos e devidamente esclarecidos que ajudem a evitar riscos desnecessários”.

Miguel Pavão, bastonário da OMD, revela que “os jovens adultos portugueses, mas não só, são os principais alvos desta tendência perigosa”. E acrescenta: “Como nestes casos não existe o devido acompanhamento pós-tratamento, nem garantias a longo prazo dos tratamentos efetuados, a probabilidade de correr mal é enorme, acabando os doentes por recorrer ao médico dentista do país de origem e despender ainda mais para tratar os problemas dentários resultantes destas intervenções”.

Todos os tratamentos dentários são sujeitos a uma avaliação rigorosa por parte do médico dentista, de modo a definir um plano personalizado ao doente, para além de que existe a obrigação de explicar detalhadamente todas as etapas do pré, durante e pós-intervenção, identificando o profissional de saúde responsável pelo tratamento, indica a OMD.

CG

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