A osteoartrose, mais habitualmente designada por artrose, é uma das condições articulares mais prevalentes e debilitantes em todo o mundo, afetando milhões de pessoas de todas as idades. Conhecida por ser uma forma comum de artrite, a osteoartrose é caracterizada pela deterioração progressiva da cartilagem articular culminando, frequentemente, em sintomas incapacitantes. As articulações mais envolvidas são as articulações de carga, como o joelho, a anca e coluna vertebral, seguida pelas articulações das mãos (base do polegar e interfalângicas). Embora tenha sido objeto de extensa investigação, a compreensão abrangente dos seus mecanismos e tratamentos ainda está em evolução.
Vários fatores contribuem para o desenvolvimento da osteoartrose, incluindo predisposição genética, envelhecimento, obesidade e sobrecarga articular devido à atividade física repetitiva. A etiologia da osteoartrite é multifatorial, resultando da interação complexa entre fatores genéticos, envelhecimento, lesões articulares prévias, obesidade sobrecarga por atividade física repetitiva. Esses elementos desencadeiam a degradação da cartilagem articular, gerando inflamação e progressiva deterioração das articulações.
Os sintomas característicos da osteoartrose incluem dor articular, rigidez, derrame articular (inchaço) e redução da amplitude de movimento. À medida que a doença progride, atividades do quotidiano, como caminhar, subir escadas e até mesmo tarefas simples, tornam-se um desafio. O impacto na qualidade de vida é significativo, pois a dor crónica e a limitação funcional podem levar à incapacidade física e emocional, resultando em isolamento social e depressão.
Embora não exista cura definitiva para a osteoartrose, várias abordagens de tratamento visam aliviar a dor, melhorar a função articular e atrasar a progressão da doença. Isso inclui uma combinação de medicação analgésica e anti-inflamatória, reabilitação fisiátrica (fisioterapia), mudanças no estilo de vida, perda de peso, uso de auxiliares da marcha (canadianas) e, em alguns casos graves, intervenções cirúrgicas, como a osteotomia ou artroplastia. Mais recentemente, os tratamentos biológicos têm ganho protagonismo devido à sua capacidade de modificar os processos biológicos subjacentes à doença. Ao contrário dos tratamentos convencionais, os tratamentos biológicos são direcionados, visando aliviar a dor, atrasar a progressão da doença e, em alguns casos, promover a regeneração da cartilagem danificada.
Uma das abordagens mais comuns é a utilização de infiltrações intra-articulares de plasma rico em plaquetas (PRP) ou fatores de crescimento, que estimulam a reparação e regeneração do tecido cartilagíneo, tendo mostrado resultados promissores na redução da dor e na melhoria da função articular. O ácido hialurónico, que atua como lubrificante e amortecedor nas articulações afetadas, reduzindo o atrito e aliviando a dor, também pode ser utilizado em coadministração com o PRP, com o intuito de potenciar e prolongar os efeitos deste.
Outra opção emergente é o recurso a células estaminais (stem cells), que envolvem a aplicação de células estaminais do próprio doente para promover a regeneração do tecido danificado. Essa abordagem inovadora oferece a perspetiva de restaurar a estrutura e função da cartilagem, potencialmente, revertendo os efeitos degenerativos da osteoartrose.
A compreensão mais aprofundada dos mecanismos envolvidos e a identificação de subgrupos de doentes que possam beneficiar dos tratamentos biológicos são essenciais para otimizar a sua aplicação clínica e garantir que os doentes com osteoartrose possam beneficiar plenamente desses avanços promissores na medicina.
Atualmente, a investigação está focada na compreensão dos processos biológicos subjacentes à osteoartrose, identificando biomarcadores precoces, desenvolvendo tratamentos mais dirigidos e explorando opções de regeneração da cartilagem. Além disso, avanços na tecnologia médica, como a inteligência artificial e a medicina regenerativa, mostram resultados prometedores no tratamento futuro da osteoartrose.
Em suma, a osteoartrose continua a representar um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo. Com uma abordagem multidisciplinar que inclui investigação inovadora, educação contínua e acesso a opções de tratamento eficazes, é possível melhorar a qualidade de vida dos doentes afetados por essa condição debilitante.
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