“Quanto mais pessoas assinarem [a petição das vacinas antialérgicas], mais força ganhamos para pedirmos aos decisores políticos a recomparticipação do tratamento de imunoterapia específica com alergénios (vacinas antialérgicas) em Portugal.” O apelo é de Ana Morête, presidente da SPAIC, que recorda, em comunicado, que a comparticipação universal a 50% do custo total deste tratamento em Portugal data de 19 de março de 1981.
“De forma absolutamente inexplicável, essa comparticipação foi revogada 9 de agosto de 2011. Ao contrário de muitos outros países da União Europeia, Portugal mantém uma política de não comparticipação da imunoterapia específica com alergénios, limitando o acesso dos doentes a este tipo de tratamentos.”
Perante esta situação, a SPAIC lançou, em maio deste ano, uma petição no site da Assembleia da República, para que o assunto seja de novo discutido pelos decisores políticos. Apesar de já ter sido superado o número mínimo exigido das 7500 assinaturas para que o tema seja levado a sessão plenária, até ao dia 31 de dezembro deste ano, os peticionários podem ainda registar-se na plataforma.
A vacina antialérgica é o único tratamento desenvolvido especificamente para as doenças alérgicas, uma vez que modifica a história natural destas doenças, segundo explica a médica.
“A imunoterapia específica com alergénios reduz a sintomatologia, melhora a qualidade de vida, previne a progressão e a gravidade da doença, impede a sucessiva associação a outras doenças alérgicas, e reduz a necessidade de medicação crónica, com naturais implicações nos custos diretos (medicação, consultas, episódios de urgência, internamentos, entre outros) e indiretos (absentismo e rendimento escolar ou laboral).”
São também essenciais para alguns doentes com formas graves de anafilaxia com risco de vida. “A imunoterapia específica pode ser curativa”, conclui.
MJG