“Estes resultados são animadores, na medida em que pretendem ultrapassar a atual dependência do autorrelato do doente para que se faça uma correta identificação e caracterização da dor, sendo que em muitos doentes não existe sequer esta hipótese ou o autorrelato pode estar enviesado”, lê-se em comunicado.
A equipa de investigação, constituída pelo estudante de doutoramento em Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) Hugo Ribeiro, pelo professor catedrático da FMUP José Paulo Andrade, e por mais seis investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (Marília Dourado, Ana Bela Sarmento Ribeiro, Manuel Teixeira Veríssimo, Ana Cristina Gonçalves, Joana Jorge e Raquel Alves), publicou no passado mês de junho o segundo artigo internacional com os resultados de 3 anos de investigação, em que identificaram vários biomarcadores no sangue periférico relacionados com a dor.
Caso se confirmem os biomarcadores identificados, trata-se “de um enorme passo na medicina da dor e nos cuidados geriátricos e paliativos, permitindo uma abordagem farmacológica dirigida e mais eficiente”. Na sequência desta investigação foram publicados dois trabalhos. No primeiro artigo são apresentados os biomarcadores plaquetares para a identificação da presença de dor (CD36, CD49f, CD61 e CD62p), assim como para a dor moderada-severa (CD40).
No segundo artigo, os monócitos são identificados como potenciais biomarcadores periféricos da presença de dor e algumas das suas proteínas membranares como potenciais biomarcadores da caracterização da dor (CD11c para dor mista; CD163 e CD206 para dor nociceptiva).
Texto: Maria João Garcia
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