De acordo com o Relatório Regional Europeu de Obesidade de 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de obesidade atingiram “proporções epidémicas” em toda a União Europeia (UE), sendo que, atualmente, a obesidade afeta quase uma em cada três crianças (29% dos rapazes e 27% das raparigas). Além disso, o mesmo relatório aponta que nenhum dos 53 Estados Membros está em vias de cumprir a meta de modo a travar o aumento da obesidade até 2025.
Segundo a Bio-Streams, a prevalência da obesidade na infância e adolescência é particularmente alarmante, uma vez que é potencialmente responsável pelo surgimento de impactos psicológicos e psicossociais, bem do aumento do risco de doenças.
Com o intuito de solucionar este problema, o projeto Bio-Streams contou com a colaboração de sete hospitais em seis países da UE e de cinco escolas em cinco países da EU, na tentativa de gerar uma solução com base em três elementos-chave: o primeiro Biobanco de obesidade na infância/adolescência da UE (Bio-Streams Biobank), a plataforma Bio-Streams e uma rede comunitária Europeia sobre obesidade na infância/adolescência (rede comunitária Bio-Streams).
O Bio-Streams Biobank constitui-se como o primeiro centro da UE que fomenta a partilha de dados relacionados com a obesidade infantil e adolescente, no sentido de “uniformizar a recolha de dados e expandir a rede de dados entre os países”, escreve a Bio-Streams.
Já a plataforma Bio-Streams diz respeito a uma “plataforma digital integrada que oferece avaliações de risco personalizadas, programas de prevenção à medida, várias ferramentas para telemóvel, incluindo a AppActiveHealth, e um hub de conhecimento, tudo isto virado para o tratamento eficaz da obesidade infantil”.
Por fim, a rede comunitária Bio-Streams “facilita a transmissão de conhecimento com base em provas aos stakeholders, a disseminação de boas práticas e abordagens de peso neutral, campanhas de envolvimento da comunidade para modos de vida mais saudáveis e alterações comportamentais a longo prazo, e ainda acesso a profissionais locais na área da obesidade através do catálogo associativo Bio-Streams”, revela o comunicado.
“Estamos muito orgulhosos pelo lançamento do projeto Bio-Streams, um esforço colaborativo que reúne diversos parceiros na União Europeia para fazer face à questão crítica da obesidade infantil. Ao integrar uma investigação de ponta orientada por dados, estratégias de prevenção e envolvimento da comunidade, pretendemos criar uma abordagem ampla que irá travar a epidemia de obesidade. A nossa visão é construir um futuro mais brilhante e saudável para a próxima geração de europeus”, afirma Dimitris Koutsouris, coordenador do projeto Bio-Streams.
CG
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