O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) assinala o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa com o Fórum “O Espetro de Violência na Pessoa Idosa”, amanhã, dia 15 de junho, pelas 9.30 horas, no Auditório Dr. António Macedo, em Valongo.

“É um problema de saúde pública e uma violação dos direitos humanos, que muitas vezes resulta em trauma psicofísico, podendo levar a vítima a um quadro de incapacidade, dependência e até mesmo à morte.”, afirma Maria João Peixoto, coordenadora da Equipa de Prevenção da Violência em Adultos (EPVA) do CHUSJ.

Assim, o hospital considera essencial a sensibilização junto da sociedade civil, procurando ser um agente de prevenção deste fenómeno. “A sensibilização para esta problemática é obrigatória, porque o apoio da comunidade onde a pessoa idosa se insere é inibidor da ocorrência de violência/abuso”, explica a psiquiatra.

Por ser um fenómeno multidimensional relacionado com as características das vítimas, dos agressores e do contexto social, o Fórum traça um olhar por todo o espetro da violência, com painéis dedicados à “Intervenção na Pessoa Idosa e Cuidadores” e à “Abordagem à Pessoa Idosa como Vítima de Violência”, os quais contam com vários profissionais do CHUSJ, tais como psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, assistente social e terapeuta ocupacional, mas também convidados da Cruz Vermelha e da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.

“Os idosos vítimas sentem-se geralmente culpados dos abusos que lhes são infligidos, sendo a avaliação de profissionais de saúde essencial”, assim “entendemos que esta avaliação representa uma oportunidade, no sentido em que esse momento pode ser a porta de entrada destas pessoas nos sistemas de proteção e judicial”, acrescenta a responsável pela EPVA.

Existem vários fatores que colocam a pessoa idosa em situação de vulnerabilidade, nomeadamente a necessidade de assistência financeira, dependência nas atividades de vida diária, dificuldade de acesso às instituições de apoio à vítima, sentimento de vergonha e medo de ser abandonado, castigado ou institucionalizado, o que leva a vítima a negar e a justificar a violência sofrida para proteger membros da família ou os cuidadores.

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