Afirmando que “os médicos nada devem ao setor público”, e o que o que este setor recebe ainda dos médicos em formação é “muito superior ao investimento” feito, o SIM caracteriza estas possibilidades como uma “discriminação inaceitável” que colide “com normas europeias que consagram a livre circulação de trabalhadores e esquecem que os médicos fazem a sua formação em exercício”, pode ler-se no comunicado divulgado.
“Se os médicos internos – médicos em formação pós-graduada – deixassem de trabalhar o SNS colapsaria”, escreve o SIM, que aponta que os médicos internos representam mais de um terço do total de médicos do SNS. “Para além disso, o Estado deve-lhes milhares de horas de trabalho não remunerado para além do horário normal de 40 horas semanais que realizam durante o seu período de formação pós-graduada”.
O sindicato aponta que cada médico em formação pós-graduada trabalha 20 horas horas extra não remuneradas por mês, e que “mais de 40% suportam despesas superiores a 1.500 euros anuais em formação que devia ser paga pelo Estado, nomeadamente em cursos obrigatórios”. O SIM afirma que, a concretizarem-se, as possibilidades “discriminatórias” e “enganadoras” divulgadas pelo PS resultarão num “maior afastamento de trabalhadores do SNS”.
“Ao invés de criar condições no SNS, o Partido Socialista parece querer usar métodos que são típicos das ditaduras da Coreia do Norte, de Cuba e da antiga União Soviética, e que tiveram os resultados que estão à vista de todos”. “Tratam-se de ‘possibilidades’ populistas e demagógicas que alimentam a ideia de privilégio em vez de criarem condições para atrair médicos para o SNS”, conclui o sindicato.
CG/COMUNICADO
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