Entre as várias medidas propostas pela LBP consta a promoção pelo INEM do “estabelecimento de mais de 90 protocolos PEM (Posto de Emergência Médica) de reforço com as associações humanitárias de bombeiros (AHB)/corpos de bombeiros (CB), por um período de 90 dias”.

Quanto a esta primeira medida, a ANTEM afirma que “interessa entender a viabilidade do aumento dos meios PEM nos Corpos de Bombeiros”, questionando se estes dispõem de “capacidade para responder ao aumento de meios de forma digna, aumentando o número de operacionais disponíveis ao serviço, necessários para tripular mais meios com a formação exigida legalmente”.

A segunda medida proposta pela LBP “aponta para que o INEM promova a mobilização dos motociclos disponíveis nos bombeiros nas áreas urbanas, para melhor prontidão de um meio de socorro junto de quem necessita de ser socorrido”. Em resposta, a associação declarou que “sendo o motociclo um meio, na sua génese, de intervenção rápida, não se entende o porquê de, nesta ‘proposta’, resumir o meio à área urbana”. E acrescenta que “não compreende as especificações deste motociclo nos Corpos de Bombeiros Portugueses, quando consideradas as suas capacidades de atuação”, refere.

O terceiro ponto das medidas da LBP propõe “que os PR (Postos de Reserva) passem de imediato a PEM, garantindo uma maior disponibilização de meios de socorro diferenciados”. A ANTEM indica que esta questão é “incompreensível (…), visto que as ambulâncias, embora com tipificações diferentes, são dotadas do mesmo equipamento (mesmo que insuficiente) e tripuladas por elementos com a mesma formação (mesmo que insuficiente)”.

“A quarta medida defende que o INEM dê orientações ao CODU para acelerar o atendimento das equipas das ambulâncias de emergência (tipo B) e informe com celeridade qual o hospital de referência a utilizar”, informa a LBP. Em resposta, a ANTEM afirma que “não se afigura minimamente racional, no epicentro de uma crise, exigir uma pressão extra aos CODU para um atendimento mais célere”, e que “colocar uma pressão acrescida nos CODU, para além de pressionar quem aí presta serviço, potenciando o erro, irá colocar uma sobrecarga onde faltam meios efetivos para prestar um serviço de excelência”.

O quinto ponto destacado pela LBP é “dirigido à Direção Executiva do SNS, para que promova as diligências necessárias no sentido das ambulâncias serem libertadas das urgências hospitalares no mais curto período de tempo, concedendo prioridade, sendo que não pode ultrapassar uma hora”. Por seu lado, a ANTEM afirma que “é absolutamente incompreensível, insultuoso e pouco profissional defender prioridades para os pacientes transportados por ambulâncias de bombeiros, de outro qualquer paciente (…), acrescendo que a priorização de doentes terá de ser feita sempre de acordo com o estado de saúde destes e não de acordo com o modo como chegam à unidade de saúde”.

Por último, a LBP propôs que “as ambulâncias tipo B dos corpos de bombeiros possam fazer altas hospitalares, depois de coordenado com o CODU, diminuindo os custos e os tempos de resposta por parte dos Bombeiros, com ganhos de escala e otimização de recursos, contribuindo em especial para libertar mais rapidamente camas de internamento e macas nos serviços de urgência”.

Em resposta, a ANTEM declara que “é incompreensível como é que, num primeiro ponto, a Liga dos Bombeiros Portugueses defende a entrega, por parte do INEM, de mais 90 novas ambulâncias de socorro e, logo no mesmo conjunto de ‘medidas’, propõe que as ambulâncias de socorro existentes nos Corpos de Bombeiros possam faturar, com serviços particulares de Transporte de Doentes Não Urgentes, em vez de garantirem os Serviços Médicos de Emergência à população Portuguesa”.

No último ponto do comunicado, a ANTEM refere que “aceita e reconhece os Serviços Médicos de Emergência, à semelhança dos serviços de outros países, como uma indústria, mas nesta indústria não vale tudo, sobretudo não vale colocar interesses corporativistas ou financeiros acima daquilo que é o garante da saúde e vida de quem precisa de acorrer aos Serviços de Saúde”, conclui.

CG

Notícia relacionada

Bombeiros exigem medidas para resolver falta de ambulâncias devido aos problemas nas urgências