“As farmácias e os farmacêuticos tiveram um papel decisivo na implementação do Programa de Troca de Seringas, que para além de promover poupanças significativas ao SNS, contribui de forma decisiva para a diminuição do número de casos de VIH e VHC em Portugal.” As palavras são de Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e surgem no âmbito dos 30 anos do “Programa de Troca de Seringas”.
Segundo os mais recentes dados da Direção-Geral da Saúde/INSA, em 2022, o PTS distribuiu 1 115 452 seringas, menos 1,5% comparando com o ano de 2021.
Em comunicado, a ANF diz que “as Equipas de Redução de Riscos e Minimização de Danos distribuíram 892 598 seringas, 80% do total, enquanto as farmácias associadas da ANF e da Associação de Farmácias de Portugal (AFP) distribuíram 19% do total das seringas (213 658)”. Nos cuidados de saúde primários, por sua vez, assegurou-se a distribuição de 0,8% das seringas distribuídas em 2022 (9 196).
O PTS “Diz Não a Uma Seringa em Segunda Mão” nasceu em 1993 de uma parceria entre a Comissão Nacional para a Luta Contra a SIDA (CNLCS), o Ministério da Saúde e a ANF “Nos primeiros oito anos permitiu ao Estado uma poupança que se estima entre os 400 e os 1700 milhões de euros, segundo uma avaliação externa feita em 2002”, segundo o comunicado da ANF.
O PTS foi mesmo considerado pela Comissão Europeia como o melhor projeto apresentado por um país europeu e Portugal foi visto como pioneiro no combate à infeção pelo VIH e na minimização do estigma contra toxicodependentes.
Em Portugal, o primeiro caso de infeção por VIH ocorreu em 1983. Até 31 de dezembro de 2021, foram identificados 64 257 casos de infeção por VIH, dos quais 23 399 atingiram o estádio de SIDA. 15 555 foram vítimas mortais da doença, de acordo com dados da DGS/INSA.
MJG
Notícia relacionada