“A sensação de olho seco, alterações do campo visual e na focagem são problemas oculares que podem surgir durante o período gestacional; felizmente, a maioria deles são transitórios e acabam por desaparecer no fim da gravidez ou do período de amamentação”, afirma Ricardo Parreira, médico oftalmologista e coordenador do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da SPO.

O especialista explica que durante o período de gestação, a mulher deve ter um “cuidado redobrado” com a alimentação, o exercício físico, a higiene oral, a pele e os olhos. “Tal acontece, porque nessa fase existem alterações no metabolismo, perfil hormonal e circulação sanguínea que podem afetar o normal funcionamento da visão.”

A SPO apela assim para que as mulheres grávidas estejam atentas, nomeadamente a alterações fisiológicas; flutuações de hidratação da córnea que condicionam, nomeadamente, o uso de lentes de contacto; olho seco; visão desfocada; alterações visuais associadas a pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial); e aparecimento de novas doenças ou agravamento das mesmas, como é o caso da diabetes.

No caso do olho seco, o sintoma mais comum é a sensação de um corpo estranho no olho e vermelhidão, que se agrava em ambientes secos e após exposição frequente do computador, televisão, telemóvel ou tablet.

Na pré-eclâmpsia podem surgir manchas pretas (escotomas), intolerância à luz, visão turva e até perda súbita de visão.

Face as estas possíveis complicações, Ricardo Parreira aconselha que se dê atenção à saúde ocular ainda antes da gravidez. “Todas as mulheres com antecedentes de diabetes, uveíte ou alta miopia devem ir a uma consulta mesmo antes de engravidar para fazer uma avaliação e planear cuidadosamente o controlo da doença oftalmológica.”

Além disso, caso surja algum tipo de sintomatologia, deve procurar-se um oftalmologista.

SO/COMUNICADO

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