Inaugurada em 1943, no bairro lisboeta de Campo de Ourique, a Pastelaria Aloma expandiu-se para outras localizações na capital, onde, atualmente existem quatro lojas. A estas junta-se uma quinta morada, em Vila Nova de Gaia, e outra além-fronteiras, em Madrid.
O nome da pastelaria foi inspirado no filme “Aloma of The South Seas”, estreado em 1941, que retratava a história de uma grande paixão passada no Havai, com efeitos especiais de filmagem e a erupção de um vulcão. Quem sabe foi também a inspiração para criar um “Pastel de nata” que faz derreter corações. A pastelaria Aloma venceu diversas vezes o Prémio de Melhor Pastel de Nata de Lisboa, nomeadamente em 2012, 2013, 2015, 2019, 2021, 2022 e, agora, em 2024. Nasceu pastelaria requintada e tornou-se um ícone do bairro de Campo de Ourique, acompanhando a evolução do próprio bairro. Contribuem para o seu carisma uma certa atmosfera, criada pela combinação de estilo retro com uma decoração mais atual e que conserva pormenores do antigamente como o letreiro antigo com o nome da pastelaria e os armários de madeira com vitrines.
A firma “Pastelaria Aloma, Lda.” foi constituída a 1 de janeiro de 1949 e o contrato de arrendamento inicial data de 30 de dezembro de 1949. Tinha como titulares os sócios da firma João António Barreto e Daniel Luís Serrano Barreto. Por serem estes os documentos legais mais antigos, considera-se como ano de abertura 1949. A partir de finais de 2009, João Castanheira, CEO da “Aloma Distribuição S.A.”, assumiu a gerência da pastelaria, e adquiriu, em 2020, as quotas que ainda pertenciam aos sócios fundadores, mantendo-se à frente do negócio até aos dias de hoje. Com mais de oito décadas de história, é famosa pelos pastéis de nata, o doce tradicional português que parece conquistar todos os que o provam.
Crocante e aveludado
Na Pastelaria Aloma de Campo de Ourique (Rua Francisco Metrass, 67, Lisboa. Tel. 213963797), “a massa folhada crocante e o creme aveludado, com o ponto de doçura ideal, têm sido os elementos que diferenciam os pastéis de nata dos demais”. “A receita é a clássica” e “o segredo está no fabrico 100% artesanal, exatamente como antigamente e com muito amor sempre”. “Cada “Pastel de nata” é aberto à mão e na fábrica não existem, sequer, máquinas industriais”. É que, acentua João Castanheira, “não fazemos pastéis de nata em série, o que implica mais tempo, mais colaboradores em todo o processo, mas, pela qualidade da receita, vale a pena a manutenção deste método”.
Receita secreta
O “Pastel de nata” tem história rica e antiga que remonta ao início do século XIX. A mais conhecida começa no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde monges e freiras utilizavam gemas de ovos para engomar as vestes. As claras de ovo que sobravam eram usadas para fazer doces. Com a liberalização dos conventos e mosteiros no século XIX, a receita original e secreta dos pastéis de nata foi vendida e, até hoje, permanece em segredo.
Inovar na tradição
O CEO da Aloma sempre trabalhou no setor das farmácias. “A ligação a esta área é afetiva porque o meu bisavô fundou uma serie de aglomerados de pastelarias em Lisboa, eram balcões de padaria como a Panibel, por exemplo”. Quando adquiriu a Aloma, era “uma pastelaria pequenita, com quatro/cinco pessoas, mas começámos a trabalhar, a inovar, a crescer a as coisas correram bem”.
Hoje são um grupo com 150 pessoas que, além da Aloma, conta com a confeitaria Glória, também distinguida com o Prémio Melhor Pastel de Nata em 2023, acabaram de abrir a terceira loja da Manolo Bakes, um conceito dedicado ao café de especialidade e pastelaria, e fecharam agora uma parceria para passar a vender, nas lojas Aloma, a marca de pão suíço de fermentação lenta, de 48h, a Pain Paillasse. João Castanheira acredita que “vai fazer furor”.
Na Aloma pode degustar o pastel de nata, mas também outro bolo premiado, o Bolo Rei, assim como bolos tradicionais que gozam igualmente de boa fama como a Torta de ovos e o Mil-folhas. Além de Campo de Ourique, encontra a Aloma no Jardim Constantino (Lisboa), El Corte Inglês Lisboa, El Corte Inglês Maia, Super Cor Expo (Lisboa) e El Corte Inglês Madrid.
