A situação foi recebida com indignação na Coreia do Sul, depois de jornalistas terem descoberto que a polícia estava a investigar, em duas das principais universidades do país, situações relacionadas com crimes sexuais.

Mais tarde, veio a público que as autoridades tinham recebido 118 denúncias, em cinco dias, sobre a publicação, em grupos da rede social Telegram, muitos deles geridos por adolescentes, de conteúdos pornográficos gerados através de tecnologia deepfake.

Este tipo de conteúdos são normalmente criados através do uso de Inteligência Artificial e podem ser usados de várias formas, como vídeo, texto ou imagem. Nas fotografias, há uma adulteração do conteúdo da imagem, normalmente juntando um corpo a uma cara.

Telegram já pediu desculpa

Numa declaração à Comissão de Normas de Comunicação da Coreia do Sul (KCSC), citada pela BBC, a plataforma digital afirmou que a situação era “infeliz”, acrescentado que “pedia desculpa se tinha havido algum mal entendido”. Segundo o Telegram, a empresa retirou da plataforma 25 vídeos que retratavam crimes sexuais.

A questão dos crimes sexuais no Telegram não é nova no país. Em 2019, o aplicativo foi usado por uma rede para chantagear mulheres e crianças levando-as a produzir conteúdo pornográfico. O líder foi condenado a 42 anos de prisão.

Na Coreia do Sul, quem cria este tipo de conteúdos pode recorrer a uma pena de cinco anos e ser multado em cerca de 34 mil euros.

Esta situação acontece depois do fundador do Telegram, Pavel Durov, ter sido detido em França por pornografia infantil, tráfico de droga e fraude na plataforma.