Recém chegado ao Benfica - conta com apenas um jogo desde que foi reapresentado no conjunto encarnado -, Bruno Lage tem já um duro teste pela frente nesta quinta-feira. Depois do triunfo frente ao Santa Clara, o conjunto encarnado aponta agora baterias à Liga dos Campeões, prova na qual iniciará a sua caminhada com uma sempre complicada visita ao reduto do Estrela Vermelha.
Atua heptacampeão sérvio, o clube de Belgrado regressa à prova na qual fez apenas um ponto em seis jogos em 2023/24 com a ambição clara de fazer melhor figura.
Os pontos de ligação entre o futebol da Sérvia e Portugal são vários, mas um dos mais fortes é um antigo extremo dono de um pé esquerdo capaz de fazer magia. Falamos, de forma evidente, de Ljubinko Drulovic.
Ora, planear uma viagem a Belgrado para acompanhar o Benfica sem falar com o antigo internacional jugoslavo foi uma tarefa praticamente impossível e o camisola 11, mestre na arte da trivela, atendeu a nossa chamada com total simpatia. Além de ter feito uma análise ao atual momento de Estrela Vermelha e Benfica e de ter recordado a sua passagem pelos encarnados, questionámos o agora selecionador sub-21 do seu país sobre a rivalidade entre o adversário das águias e o Partizan.
Afinal de contas, há dois dados importantes nesta equação: o centro do terreno do estádios dos dois clubes estão separados apenas por 770 metros e os adeptos de leste são amplamente reconhecidos pelo fervor com que acompanham as suas equipas. Uma receita que tem tudo para ser 'explosiva'...
«A rivalidade entre o Estrela Vermelha e o Partizan está ao nível da que existe entre Benfica e o FC Porto. No entanto, esta é mais extrema. Eu não gosto, prefiro uma rivalidade normal, na qual as pessoas de clubes diferentes podem ir juntas ao estádio e na qual quem ganha pode brincar com quem perde. Aqui vão muito aos extremos, é mesmo complicado. Há grupos de adeptos que se encontram em certos locais para andarem à luta antes dos jogos, sempre que há dérbis temos problemas. Há um "ódio" muito grande entre os dois clubes e acredito que, olhando para a personalidade dos adeptos sérvios, vai ser sempre assim», começou por nos dizer o ex-jogador de Benfica, FC Porto, Gil Vicente e Penafiel.
E se dúvidas houver em relação ao quão especial é este duelo, Drulovic fez questão de as dissipar: «Posso dizer que me transferi para o Partizan no final da minha carreira para poder jogar este jogo e para disputar a Liga dos Campeões no meu país. Era o meu sonho.»
Belgrado, uma cidade com muito para ver
Profundo conhecedor da cidade de Belgrado, ou não tivesse já jogado e treinado no Partizan e não fizesse parte da estrutura da seleção, pedimos também um conselho ao antigo extremo: quais os principais pontos da capital sérvia? O que é que não se pode perder mesmo quando se visita Belgrado?
«Há muita coisa que se pode fazer em Belgrado, é uma cidade muito diferente de antigamente. A vida noturna é ótima, quem gosta de sair e de se divertir tem muitas opções. O centro de Belgrado é muito bonito, temos o parque Kalemegdan que tem uma vista fantástica para a união entre os rios Danúbio e Sava. Temos também muitos museus, depende do que as pessoas procurem. É uma cidade com cerca de dois milhões de habitantes e tem uma parte nova, junto ao rio, com uma arquitetura bastante moderna», enumerou.
Uma coisa é certa: estamos em Belgrado e vamos aproveitar as dicas, Drulo!