O monegasco Charles Leclerc (Ferrari) venceu o Grande Prémio dos Estados Unidos, 19.ª prova da temporada, em que o britânico Lando Norris (McLaren) foi penalizado por ultrapassar Max Verstappen (Red Bull) fora de pista.
Leclerc, que assumiu a liderança logo na primeira curva depois de partir da quarta posição da grelha, deixou na segunda posição o espanhol Carlos Sainz (Ferrari), com o neerlandês Max Verstappen a ser declarado o terceiro classificado, a 19,412 segundos, apesar de ter sido Norris a cortar a meta em terceiro.
Com 52 pontos a separá-los no Mundial de pilotos, esperava-se uma luta acesa entre Norris, autor da ‘pole’, e o líder do campeonato, que partia da segunda posição, com os dois Ferrari à espreita.
Norris, que via aqui a possibilidade de encurtar distâncias, preocupou-se em defender a liderança da corrida do ataque de Verstappen. Os dois levaram os esforços longe de mais, alargaram a trajetória e abriram a porta à oportunidade de Leclerc assumir o comando. O monegasco viu o caminho livre, foi por ali fora e nunca mais foi importunado.
“Foi uma boa curva um. Tivemos uma boa partida. Ontem [sábado] estava no sitio errado. Hoje tínhamos um mega ritmo”, sublinhou Leclerc, que surpreendeu e apostou apenas numa paragem nas boxes para trocas de pneus, ao contrário das duas previstas. Uma estratégia seguida pelos 10 primeiros classificados.
Max Verstappen, que na véspera tinha dominado a corrida sprint, no domingo nunca esteve em posição de atacar a liderança.
“Foi uma corrida difícil. Todos tinham ritmo para atacar. Foi um pouco diferente do que aconteceu ontem. Tornou a defesa mais difícil”, resumiu o tricampeão, que tinha vencido em Austin nas três anteriores temporadas.
O neerlandês teve de se bater com o espanhol Carlos Sainz pela segunda posição, mas acabaria surpreendido pelo madrileno, que antecipou a ida às boxes. Quando Verstappen parou, regressou à pista na terceira posição.
Quem atrasou ainda mais a paragem para troca de pneus foi Lando Norris, que trocou os médios pelos duros, prevendo chegar à parte final da corrida com as borrachas mais frescas.
A 10 voltas do final, apanhou Verstappen, que seguia em terceiro, e os dois envolveram-se em novo duelo acesso que durou cinco voltas.
O tricampeão foi-se defendendo como pôde até que, a cinco voltas do final, Norris atacou na curva 12, tentando ultrapassar por fora. ‘Mad’ Max atrasou a travagem e os dois alargaram a trajetória. O piloto da McLaren exagerou e usou a escapatória para sair à frente do neerlandês, não devolvendo a posição.
Os comissários não perdoaram e aplicaram uma penalização de cinco segundos ao britânico, que acabaria relegado à quarta posição final, cedendo mais três pontos no campeonato.
“Tenho a minha opinião e vou deixar os comissários fazerem o seu trabalho”, resumiu Max, no final.
Imune a estas lutas ficou Charles Leclerc, que conquistou o oitavo triunfo da carreira, terceiro da temporada, depois de já ter ganho no Mónaco e em Monza, oferecendo à Ferrari a 249.ª vitória da sua história na Fórmula 1.
Com estes resultados, Max Verstappen tem, agora, 354 pontos contra os 297 de Lando Norris, quando faltam disputar cinco corridas, duas delas com provas sprint (Brasil e Catar). Charles Leclerc aproximou-se e tem, agora, 275 pontos, estando a 22 da segunda posição, menos do que a pontuação de uma vitória.
O Mundial de construtores também está ao rubro, com a McLaren na liderança, com 544 pontos, seguindo-se a Red Bull, com 504, e a Ferrari, com 496.
“Este resultado coloca-nos onde queríamos no Mundial de construtores”, resumiu Sainz, que lamentou ter ficado fechado atrás de Verstappen na primeira curva. “Fui rápido todo o fim de semana, mas a posição em pista é chave”, apontou.
Segue-se o GP do México já no próximo fim de semana.