Carlos Tatay sofreu um forte acidente em julho de 2023 quando competia no FIM JuniorGP, ficando com lesões que o deixaram em cadeira de rodas.
Ontem, um ano depois de vários apelos, ações de solidariedade de pilotos de MotoGP e várias vozes de indignação, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) anunciou que vai pagar a indemnização e que esteve sempre em contacto e a apoiar o piloto, que o problema era com a seguradora.
Carlos Tatay revelou há seis meses que não tinha condições para pagar os tratamentos dado que o pai era padeiro e necessitava de 115 mil euros por ano. Nessa altura, os pais já tinham vendido a casa para ajudar nas despesas e comprar um carro adaptado.
Vários pilotos do Mundial de MotoGP fizeram apelos e ações para ajudar o espanhol, além de terem publicamente revelado a sua indignação perante a posição da FIM.
Há poucos dias o ex-piloto fez um post no Instagram voltando a acusar a Federação Internacional de lhe negar essa compensação e de rejeitar a existência de uma deficiência permanente apesar dos documentos médicos que dizem o contrário.
«A FIM só me paga se ficar deitado no sofá. Sim, amigos, ouviram bem. Acabo de receber um email destes descarados, onde envio toda a minha documentação de quando eu estive este verão, em julho, no hospital de Toledo. Fizeram-me todos os exames, e há duas lesões, em que me dizem que tenho uma lesão medular completa, uma lesão medular crónica, e que significa invalidez. Enviámos essa documentação à FIM, para que se encarregue da indemnização pertinente de quando um piloto sofre uma invalidez».
«Ainda por cima têm a vergonha de dizer que não tenho invalidez, são uns miseráveis! Isto é o que tenho de fazer todos os dias, e a única coisa que vocês fazem é gastar o nosso dinheiro – e gastá-lo em coisas que não fazem nenhum sentido, para depois não pagarem»
Indignado e antes de saltar para a cadeira de rodas, atirou: «Sabem o que é que estes inaceitáveis responderam? Responderam-me que não tenho invalidez, e com isso juntaram-me um link de uma notícia em que diz que estou a competir nos ralis. Mas o que tem a ver? Em que cabeça cabe? Eles construíram os escritórios novos deles, construíram os edifícios novos. Gastar o dinheiro aí, sim, mas para fazer as coisas bem, não. Caramba para os seguros, Federação Valenciana, Federação Espanhola, Federação Internacional. Caramba, descarados! É assim que nos tratam, é assim que tratam os pilotos – que jogamos a vida, pensando que estamos federados e segurados, e é uma porcaria. Vamos lutar até ao fim, e o caso Tatay está de volta. Isto acaba de começar outra vez».