O Milan conseguiu a primeira vitória na presente edição da Liga dos Campeões, vencendo o Club Brugge por 3-1, em San Siro, na terceira jornada da fase de liga (veja o filme do jogo aqui).

Um triunfo marcado por mais um episódio da relação tensa entre Paulo Fonseca e Rafael Leão: o técnico decidiu tirar o internacional português aos 60’, pouco depois de os belgas, a jogar com dez elementos, terem empatado, pelo lateral-direito Sabbe (que deveria ter sido acompanhado no corredor pelo extremo), e ainda Leão caminhava pela linha lateral, frustrado, via a sua equipa fazer o 2-1, por Reijnders, após excelente trabalho de Okafor pela esquerda.

Melhor dizendo: foi a partir das substituições que os rossoneri subiram vários degraus no que toca à agressividade defensiva e à objetividade na hora de partir para cima do adversário. Porque além do golo de neerlandês surgiu outro, também pelo médio, na sequência de uma jogada muito semelhante, mas com início no lado direito, por Chukwueze. Ou seja, os extremos que entraram jogaram melhor do que os titulares que saíram à hora de jogo (Leão e Loftus-Cheek).

A história do jogo, porém, começou de outra forma: pelos sustos que o campeão belga provocou na primeira parte, criando três lances de perigo, dois deles superiormente travados por Maignan e um outro pela sorte (bola à trave de Ordoñez).

Mas se o Milan tem um guarda-redes que às vezes parece intransponível, Mignolet não desempenhou o mesmo papel, incapaz de travar o canto direto de Pulisic – podia ter sido mais agressivo no ataque à bola na pequena área.

Se um golo já causa transtorno, o que dizer de uma expulsão, quatro minutos depois, por entrada dura de Onyedika sobre Reijnders? A estratégia de Nicky Hayen parecia ir por água abaixo, colocando em causa a imagem de boa organização exibida até aí… só que a dupla substituição ao intervalo trouxe frescura aos belgas e uma capacidade de desdobramento capaz de simular um jogo de onze para onze. Num desses momentos de cooperação coletiva, o lateral-direito Sabbe, que havia entrado para o amarelado Seys, surgiu solto na área do Milan, sem marcação, e atirou para o empate.

A partir daí foi o que se já se sabe: o Milan pareceu outro a partir do momento em que Fonseca mexeu no banco – e ainda fica na história por permitir a estreia na Champions do menino Camarda, de apenas 16 anos.