A análise ao jogo

“Tivemos qualidade na chegada, faltou-nos a última definição, o não levantarmos a bola com ela perto da baliza, esses pequenos pormenores em que temos de pensar mais friamente. Mas estivemos bem. A seguir ao nosso golo anulado perdemos um bocadinho o controlo do jogo - tivemos logo uma bola longa, perdemos a segunda bola e há um canto - e isso criou-nos alguma dificuldade, mas, ao longo do jogo, fomos muito competente e dominadores.

Na segunda parte limitámos completamente o adversário enquanto na primeira conseguiam sair aqui e ali, mas sem grande perigo. Um jogo completo. Eles estiveram muito bem, perceberam muito bem o espaço, faltou-nos alguma definição, como vem sendo hábito, mas marcámos três golos, voltámos a não sofrer, fizemos um excelente jogo.”

Este Sporting não abana porquê?

“É uma fase boa, quando vêm umas mais difíceis, ou quando a bola não entrar como não estava a entrar hoje, torna-se mais difícil… Acho que não abana porque eles sabem muito bem o que fazer, ou seja, eles estão ali, sabem o espaço a ocupar, é como se fosse mecânico: as coisas podem não aparecer, mas nós estamos no sítio, temos de fazer isto, receber a bola para aqui. E isso ajuda porque os jogadores não se perdem em pensamentos, estão sempre a fazer, a máquina está sempre a rodar. E depois, quando conseguimos desbloquear um golo, torna-se tudo mais fácil.

Mesmo a seguir ao segundo golo voltámos a facilitar um bocadinho, a deixar a bola correr ali ao pé do nosso meio-campo, esses pormenores temos que melhorar, mas diria que estamos preparados. Sabemos que o jogo tem 90 minutos, sabemos bem o que fazer.”

A gestão dos três médios

“Eles entendem bem, acho que o jogador moderno tem de perceber que com a quantidade de jogo que está a acontecer não há bem jogadores titulares, não é possível, senão depois há lesões e problemas. Toda a gente tem de jogar e, sobretudo, eles têm características diferentes. Sabíamos que íamos apanhar um bloco bem fechado por dentro e a capacidade do Morita e do Dani para terem a bola, jogar com os dois pés e arrancarem com ela em espaços curtos era perfeita para este jogo. Depois, a basculação tinha de ser mais rápida porque pressionámos em 4-4-2, eles estavam mais frescos e tinham a capacidade de chegar mais rápido.

E o Morten [Hjulmand] também precisa de descansar, senão entra numa sobrecarga de jogos. Portanto, é como todas as posições, mas ali então… não se nota mesmo nada. Felizardo o treinador que tem três opções assim.”

A equipa tem arranjado sempre forma de chegar à baliza. Como travaria o seu Sporting?

“Não acho nada que seja impossível, já o disse várias vezes, acho que temos muito treino. Esperem até não esta terça-feira, se Deus quiser, nem no próximo sábado, mas esperem até a outra terça-feira [jogo contra o Manchester City, para a Champions] e vão ver a diferença de não conseguir travar bem uma equipa, de taparmos de um lado e destapamos o outro, basta esperarem e vão ver um mundo completamente diferente.

O que temos é de continuar muito focados, não ir nesta conversa de que o Sporting é imparável. Isto muda muito rapidamente, o que temos de fazer é não facilitar como fizemos hoje. Muita reação, defender muito bem, não deixar a bola ir à baliza e estar sempre a fazer as mesmas coisas para marcar golo. Os jogadores estão de parabéns, mas são nove jornada, isto não é nada.”

O City vai ser um teste de realidade?

“Sem dúvida. Acho que vai-nos ajudar, como a Supertaça. Mas agora temos a Taça da Liga, em que tudo pode acontecer, temos de fazer alguma rotação. Depois temos o Estrela da Amadora, depois sim vamos pensar na Liga dos Campeões. O campeonato é o mais importante.”