Marc Márquez é um dos pilotos de referência do MotoGP e, depois de passar por anos muito complicados com a Repsol Honda entre 2020 e 2023, está agora de volta à luta pelas primeiras posições com a Gresini e uma Ducati.
Mas, mesmo com um construtor diferente, mantém algo que sempre o caracterizou ao longo da sua carreira: cair com alguma frequência nos treinos. De facto, em 2024, também já sofreu algumas quedas em qualificação que o impediram de arrancar mais à frente na grelha de partida.
No podcast Dura la Vita, Rúben Xaus analisou este registo de incidentes de Márquez: ‘Porque o Marc tem um talento só por si, que lhe sai naturalmente, então sem querer, o nível dele está muito longe. Há pilotos com mais respeito a cair ou não. O Dani [Pedrosa] sempre controlou muito os momentos de arriscar, e talvez tenha demorado três treinos a chegar ao limite de arriscar – porque na cabeça dele diz, «aqui primeiro vejo, primeiro testo, tenho a sensação». E chega ao mesmo sítio do Marc, mas chega mais tarde. O que acontece no MotoGP é que tens três horas para fazer o recorde da pista’.
O antigo piloto considera que é uma abordagem legítima, e longe de ser exclusiva de Márquez: ‘Ao Marc é algo que não lhe preocupa, então entra e vê o limite dele muito longe, por isso arrisca muito rápida e facilmente, e cai muitas mais vezes. Isto acontece a muitos pilotos. Aconteceu comigo, porque tu vês um limite muito diferente, e há pilotos que têm uma reserva para chegarem a esse ponto e fazem-no com muita mais calma. E com o Marc o que acontece? Quando ele cai uma vez, duas, três, ele recua. Então, ele prefere assim, porque o acompanhou toda a carreira desportiva, e fê-lo ganhar tantos títulos. Se ele fizesse como o Dani Pedrosa, não seria veloz, porque ia contra a filosofia da sensação dele – que é ir aos poucos, e quando vai para a corrida logo se verá que pode ser mais veloz, arrisca mais do que a conta e cai. Portanto, ele prefere cair nos treinos do que nas corridas’.