A plataforma Casa Para Viver vai voltar a manifestar-se este sábado, em pelo menos 22 cidades, porque a crise na habitação está "a agravar-se" e não acredita nas medidas propostas pelo novo Governo para resolver o problema.

"Convocámos mais uma manifestação, uma vez que continuamos a ver que, apesar dos pacotes, programas, medidas, políticas anunciados pelos sucessivos governos, a situação da habitação continua a agravar-se no nosso país", justifica Rita Silva, uma das porta-vozes da plataforma, em representação do movimento Vida Justa.

"As famílias em Portugal continuam sem ver uma solução, os jovens continuam sem conseguir aceder a uma habitação, os despejos continuam a ser muitos", elenca a ativista, em declarações à Lusa, notando que o problema não só se mantém, como se tem agravado.

Eis os pontos de encontro da manifestação:

  • 10h - Portalegre (Bairro do Atalaião)
  • 10h - Beja (Jardim do Bacalhau)
  • 10h - Vila Nova de Santo André
  • 10h30 - Almada (Estação de Almada - metro)
  • 10h30 - Évora (Mercado 1.º Maio)
  • 11h - Funchal (Assembleia Legislativa)
  • 15h - Lisboa (Alameda)
  • 15h - Coimbra (Largo da Portagem)
  • 15h - Covilhã (Pelourinho)
  • 15h - Faro (Jardim Manuel Bívar)
  • 15h - Guarda (Praça do município)
  • 15h - Porto (Praça da Batalha)
  • 15h - Viseu (Rua Formosa)
  • 15h - Guimarães (Coreto do Jardim da Alameda)
  • 15h - Aveiro (Praça Dr. Joaquim Melo Freitas)
  • 15h - Portimão (Largo 1.º Dezembro)
  • 15h - Lagos (Traseiras da Adega da Marina)
  • 15h - Santarém (Loja do Cidadão)
  • 15h - Açores (Ponta Delgada — Portas da Cidade)
  • 15h - Viana do Castelo (Urbanização Capitães de Abril)
  • 15h30 - Braga (Coreto)
  • 16h - Leiria (Fonte Luminosa)

Governo está “comprometido com o negócio imobiliário”

Segundo a plataforma Casa Para Viver, "o novo Governo veio revogar uma série de conquistas" que tinham sido obtidas "fruto das mobilizações na rua", dando o exemplo do caso do alojamento local.

"O novo Governo deu todas as liberdades novamente ao alojamento local, revogando as limitações que tinham sido aprovadas", lamenta Rita Silva, acrescentando a revogação da lei que limitaria a subida das rendas mais recentes e a manutenção do regime de residentes não habituais, "que promove uma grande inflação nos preços da habitação".

Para a plataforma - que junta mais de cem organizações e já mobilizou milhares de pessoas nas ruas de várias cidades em três manifestações (junho e setembro do ano passado e janeiro deste ano) -, o novo Governo, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, "está bastante comprometido com aquilo que é o negócio imobiliário".

“Não nos podemos cansar”

O movimento acusa mesmo o executivo de ter feito "um pacto com quem especula", rejeitando a solução de parcerias público-privadas para "desenvolver aquilo que chama de habitação acessível", que "nem sequer é acessível a uma grande maioria das pessoas que vive e que trabalha" em Portugal.

"Não acreditamos nas medidas do novo Governo. Nós vemos a situação a agravar-se e por isso voltamos novamente à rua, no dia 28 de setembro", salienta Rita Silva, adiantando que pelo menos 22 cidades já aderiram ao protesto.

"Não nos podemos cansar de vir para a rua, de protestar, porque é através dessa mobilização que conseguiremos obter algum tipo de avanço nas políticas de habitação", apela.

Com LUSA