A apneia obstrutiva do sono é uma doença que afeta a qualidade do sono e, consequentemente, a saúde da pessoa. Esta doença é causada pela obstrução parcial ou completa das vias aéreas, que conduzem o ar que respiramos do nariz até aos pulmões durante o sono, levando a paragens na respiração, as chamadas apneias, e diminuição dos níveis de oxigénio no sangue.
Várias causas podem contribuir para o desenvolvimento deste colapso das vias aéreas durante o sono, como por exemplo, o relaxamento excessivo dos músculos da garganta e da língua, a obesidade, a anatomia da face e do pescoço da pessoa, bem como o consumo excessivo de álcool, que pode agravar a doença.
A apneia obstrutiva do sono associa-se a uma série de outras doenças, incluindo obesidade, hipertensão arterial, doenças do coração, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes tipo 2, além de causar um impacto negativo na qualidade de sono e desempenho cognitivo da pessoa.
Indivíduos com excesso de peso ou obesidade, história familiar da doença, pessoas com anatomia das vias aéreas desfavorável (como por exemplo amígdalas grandes, dentes encavalitados, maxilar e mandíbula pequenas), fumadores e aqueles com problemas de saúde subjacentes, como diabetes ou hipertensão, estão em maior risco de desenvolver apneia obstrutiva do sono.
O diagnóstico precoce da apneia obstrutiva do sono é crucial de modo a evitar complicações a longo prazo e melhorar a qualidade de vida da pessoa. Um estudo de sono, como um registo cardiorrespiratório de sono (mais simples) ou uma polissonografia, é utilizado para confirmar o diagnóstico. Identificar e tratar a apneia do sono precocemente melhora os sintomas de que a pessoa se queixa e reduz o risco de desenvolver outras doenças associadas.
O principal tratamento da apneia obstrutiva do sono grave é o CPAP, um equipamento que envia uma pressão positiva para as vias aéreas durante o sono, evitando o colapso, as paragens respiratórias e as quebras de oxigénio. Intervenções adicionais incluem mudanças no estilo de vida como perda de peso, evitar álcool e tabaco, dormir de lado em vez de de costas, elevar a cabeceira da cama, e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas também podem ser necessárias para corrigir alterações anatómicas nas vias respiratórias.
Embora nem todos os casos de apneia obstrutiva do sono sejam completamente preveníveis, existem medidas que podem reduzir o risco. Manter um peso saudável, praticar atividade física, garantir uma respiração nasal adequada, evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, ter hábitos adequados de sono e procurar tratamento para outros problemas médicos associados podem ajudar a minimizar o risco de desenvolver ou agravar a doença.
Em suma, a apneia obstrutiva do sono é uma doença complexa que requer atenção e tratamento adequados. Reconhecer os sintomas, procurar um diagnóstico precoce através de consulta médica especializada e seguir o plano de tratamento recomendado são passos essenciais para melhorar a saúde e qualidade de vida de quem sofre com este problema.
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