Há que reconhecer os passos que já foram dados para facilitar a tarefa dos cuidadores informais que, em Portugal, são muitos milhares. Mas é importante também não esquecer que o caminho para garantir os seus direitos está ainda muito distante do fim e que são várias as necessidades por satisfazer que, apesar de não os impedirem de realizar a sua tarefa de cuidar, a tornam um peso ainda maior. É o caso do apoio emocional, ou melhor, da falta deste.
E se dúvidas houvesse, o último estudo realizado este ano pelo Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais com apoio da Merck confirma a exigência emocional associada ao papel de cuidar, assim como o desgaste, que 83% admitem já ter sentido, em forma de burnout/exaustão emocional, em algum momento das suas vidas. E porque somos um todo, o que significa que a nossa saúde física é inseparável da mental, não é também surpresa que 79% concordem que o seu estado de saúde mental influencia o desempenho enquanto cuidadores informais.
Perante isto, são os próprios cuidadores a chamar a atenção para a necessidade de apoio psicológico – 78% fazem-no no inquérito atrás referido – e a partilhar o desejo (84%) de ter esse tipo de apoio através de uma linha telefónica com profissionais especializados. Uma vontade a que a Merck procurou dar resposta ao apoiar a EuropaColon no âmbito do Movimento, através da criação de uma Linha de Apoio Psicológico destinada a todos os cuidadores informais.
Disponível desde o início de setembro e durante seis meses, de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 12h00 e as 15h00 e as 18h00, através dos números 960 199 759 ou 808 200 199 (custo de chamada local), esta Linha conta com o apoio de profissionais na área da psicologia, disponíveis para ouvir, para aconselhar, para orientar e apoiar todos os cuidadores que necessitem. E de uma forma simples, à distância apenas de um telefonema, o que garante o acesso a todos, mesmo aqueles com mais dificuldades de usufruir deste tipo de serviços que não estão, de momento, ao alcance de todos.
Uma ajuda que se pode traduzir num aumento da qualidade de vida destas pessoas, pode ajudar a minimizar o sofrimento emocional que enfrentam diariamente, com potencial até mesmo para prevenir sintomas depressivo e de ansiedade, o que, por sua vez, terá também reflexo na tarefa que, a maioria deles sem qualquer tipo de apoio, desempenha de forma abnegada e altruísta.