De acordo com dados divulgados pela Bayer, cerca de metade das gravidezes que ocorrem por ano, a nível mundial, não são planeadas. Para o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), o “elevado número de gravidezes não planeadas” representa “um insucesso global na defesa de um direito humano básico de todas as mulheres e raparigas”. Nesse sentido, torna-se importante “abordar os direitos reprodutivos e capacitar os jovens a fazerem escolhas informadas sobre a contraceção e a sua saúde sexual e reprodutiva”, refere a farmacêutica.
O tema do Dia Mundial da Contraceção deste ano, ‘Your Life Your Choices’ (A Tua Vida, As Tuas Escolhas), é apoiado por várias organizações internacionais interessadas em desenvolver a saúde sexual e reprodutiva e os direitos dos jovens pelo mundo.
Num mundo em que todas as gravidezes seriam planeadas, existe “planeamento familiar, livre acesso a todos os métodos contracetivos e conhecimento sobre a proteção contra infeções sexualmente transmissíveis”, refere a Bayer em comunicado. Contudo, a farmacêutica indica que segundo dados de um estudo recente sobre independência corporal, estima-se que 44% das mulheres e raparigas com parceiros ainda não podem tomar decisões sobre cuidados de saúde, sexo ou contraceção. A pesquisa concluiu que 24% não podem recusar sexo, 25% não podem tomar decisões sobre os seus próprios cuidados de saúde e 11% não podem tomar decisões especificamente sobre contraceção.
Esta incapacidade de escolher por parte das mulheres, que se traduz numa “barreira” à liberdade, é contrária ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) até 2030, uma vez que as metas dos ODS relativas à utilização de contracetivos afetam também a capacidade de cumprir os restantes ODS globais, nomeadamente a igualdade de género, saúde e bem-estar, a eliminação da pobreza, educação de qualidade para todos e a promoção do crescimento económico sustentável.
Claus Runge, diretor de Market Access, Public Affairs and Sustainability, da Bayer, afirma que “é devastador que, apesar de todo o progresso feito no sentido de aumentar o acesso à contraceção, existam ainda milhões de mulheres no mundo que não têm esse direito”. “Os jovens, incluindo os mais vulneráveis, precisam de apoio e acesso a informações exatas que abordem as suas necessidades, direitos e preocupações, juntamente com os recursos, as ferramentas e as capacidades necessárias para tomarem as suas próprias decisões. É por este motivo que a Bayer pretende permitir que 100 milhões de mulheres por ano, em países de rendimento baixo e médio-baixo (PRMB), consigam satisfazer as suas necessidades em contraceção, até 2030”.
A Bayer refere ainda que “os programas de planeamento familiar fizeram uma enorme diferença a nível mundial, e mais mulheres estão a fazer escolhas informadas sobre contraceção”. Em relação há uma década, a farmacêutica indica que mais 87 milhões de mulheres e raparigas de PRMB estão a utilizar métodos de contraceção, mas muitas mais destas mulheres continuam a não poder escolher o método contracetivo que mais satisfaz as suas necessidades, devido a barreiras de acesso. Entre estas são exemplo a “ausência de sensibilização, a incapacidade de pagamento, limitações baseadas na idade ou no estado civil, a vergonha, o estigma, o medo, a pobreza, a desigualdade de género”, entre outros fatores.
Assim, realça-se a necessidade de capacitar as mulheres para que realizem escolhas contracetivas informadas, fomentando um desenvolvimento para que se generalize o acesso à contraceção.
CG
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