Na quarta-feira, dia 13 de setembro às 11 horas, o Sindicato dos Enfermeiros (SE) irá reunir-se com o Ministério da Saúde no sentido de desbloquear negociações. “No último encontro fomos surpreendidos por um documento que nos foi entregue sem qualquer alteração face às principais reivindicações já apresentadas pelo sindicato, pelo que é importante ocorrer esta reunião suplementar”, explica Pedro Costa, presidente do SE.

No fim da reunião que ocorreu no dia 8 de setembro, Pedro Costa afirmou que “a nova lei das Unidades de Saúde Familiar não valoriza a profissão, divide a classe e não acrescenta valor ao Serviço Nacional de Saúde”. De acordo com o dirigente, foi solicitado ao Ministério da Saúde que o diploma previsse na sua redação a abrangência a todos os cuidados de saúde primários, independentemente do tipo de unidades. “Neste momento continuamos a relegar para segundo plano a saúde pública, saúde escolar, as unidades de cuidados na comunidade que prestam cuidados de saúde na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, grupos de risco ou com vulnerabilidade social”, alerta.

Pedro Costa realça ainda que, na prática, “não estamos a reformar o que quer que seja, o que sucede é que, mais uma vez, estamos perante um grande remendo, transferindo recursos humanos escassos de um lado para outro, criando incentivos em que uns recebem 80% do valor previsto”.

Acrescenta também que “a prevenção da doença e a promoção da saúde, que deveria ser a grande aposta, fica para segundo plano”. “Este é um trabalho que deveria ser feito com equipas motivadas e cientes de que os cuidados de saúde não são exclusivos de nenhum grupo profissional, mas antes o resultado e esforço de todos, motivo pelo qual qualquer incentivo e esforço da equipa deve ser valorizado com critérios objetivos e proporcionais”.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros lamenta a falta de abertura para as negociações que tem sido manifesta pelo Ministério da Saúde, e garante que “se nada for feito, vamos assistir a pedidos de mobilidade dos enfermeiros de unidades sem incentivos para unidades com incentivos, incluídas no novo diploma das USF”. No limite, lembra, “se não houver adesão dos enfermeiros à ‘grande aposta’ do governo, este diploma nunca vai sair do papel”.

CG/MJG

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