A aquablação é o mais recente tratamento da HBP que utiliza a tecnologia de jacto de água de alta pressão, com uma precisão milimétrica, capaz de remover o excesso de tecido prostático que comprime a uretra e, consequentemente, acaba com os sintomas obstrutivos e irritativos do doente, como as dificuldades relacionadas com a micção.
Paulo Vale, coordenador de Urologia do Hospital CUF Descobertas, destaca como grande vantagem deste tratamento “a possibilidade de ser utilizado em todos os tamanhos e formas de próstata, sem comprometer o estilo de vida, mantendo a continência urinária e a função sexual”.
Este procedimento rápido, eficaz e muito seguro, resulta da evolução positiva que a Urologia tem vindo a registar. De acordo com o médico urologista, “assistimos, nos últimos anos, ao aparecimento da técnica, minimamente invasiva, Rezum – também para o tratamento da HBP, com bons resultados em próstatas de menor volume. Agora, com a rapidez da evolução tecnológica, a Aquablação vem tratar cirurgicamente o problema em qualquer volume da próstata, permitindo resolver com cada vez maior qualidade e rapidez as queixas associadas ao aumento do volume da próstata”.
Para o tratamento da HBP existem várias abordagens, desde fármacos a cirurgias mais ou menos invasivas. “No entanto, os tratamentos convencionais cirúrgicos até agora utilizados – nomeadamente, a cirurgia aberta, laparoscópica, ressecção endoscópica da próstata , laser ou enucleação – têm alguns efeitos secundários não desprezíveis, designadamente, alterações a nível da função urinária e sexual, que impactam a qualidade de vida dos doentes após o tratamento, para além de obrigarem a vários dias de internamento”, explica Paulo Vale, reforçando que o tratamento por aquablação “tem capacidade de preservar a continência urinária e a função sexual”.
Estevão Lima, coordenador de Urologia CUF, acrescenta ainda que “este procedimento, controlado pelo cirurgião e realizado por um sistema robótico guiado por ecografia, assegura, em tempo real, uma visão multidimensional da área de tratamento. Essa visibilidade permite personalizar a intervenção cirúrgica à anatomia de cada doente porque o tecido prostático a remover pelo robô, de forma automatizada, é delimitado com elevada precisão”.
Considerada uma das doenças benignas mais comuns nos homens, que se caracteriza por um aumento do volume da próstata, “a hiperplasia benigna da próstata afeta 1 em cada 2 homens entre 51 e os 60 anos e a prevalência aumenta com o decorrer do tempo”, alerta Estevão Lima.
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