Luzes, câmara, ação. Tudo pronto, dá-lhe gás. Aí está a Liga dos Campeões 2024/25, a nova versão da mais mediática competição de clubes do planeta, a 70.ª edição do torneio que determina qual a melhor equipa do futebol europeu.
Nos últimos tempos, o planeta da bola tem tirado um curso acelerado sobre o modelo competitivo que agora se estreia. Uma liga de 36 equipas, oito jogos contra oito adversários diferentes. Os oito primeiros seguem para os oitavos de final, quem terminar entre a 9.ª e a 24.ª posição disputa um play-off, os 12 últimos são eliminados.
Haverá mais dinheiro a ser distribuído. Teremos, também, mais válvulas de escape para os principais clubes, menos risco de uma eliminação precoce à custa de um ou dois tropeções: nos moldes anteriores, realizavam-se 96 partidas na fase de grupos para eliminar 16 equipas, ao passo que, agora, se disputam 144 encontros para deixar 12 conjuntos de fora. Mais desafios, uma maior rede de segurança competitiva.
Mas o que será preciso fazer para passar diretamente aos oitavos de final? E com quantos pontos é que se evita a eliminação das competições europeias em 29 de janeiro, data da última ronda da fase de liga?
A plataforma especializada “Football Meets Data” simulou 10.000 vezes os resultados da fase de liga. O veredicto foi que, para acabar entre os oito melhores, será necessário fazer à volta de 15 pontos, ao passo que, para estar entre os 24 primeiros, deverá ser preciso somar em torno de 9 pontos.
De acordo com o referido cálculo, em 43% das 10.000 simulações, o 8.º classificado teve 15 pontos. Ser a última equipa com bilhete direto para os oitavos de final exigiu somar 16 pontos em 30% das previsões, ao passo que, em 21% das simulações, foi necessário ter 14 pontos para estar entre os oito melhores. Só em 1% das vezes houve uma equipa a passar com 13 pontos, sendo necessário ter 17 para seguir diretamente para os ‘oitavos’ em 5% das situações.
O mesmo estudo ditou que, em 54% das ocasiões, o 24.º lugar, isto é, o último que ruma ao play-off, fez nove pontos. Em 23% das vezes, o 24.º colocado teve oito pontos e em 21% contabilizou 10. Só em 1% dos resultados das simulações houve uma equipa com sete pontos a passar, tal como só em 1% foi preciso ter 11 pontos para terminar como 24.º melhor conjunto da fase de liga.
Tendo em conta a altíssima probabilidade de haver equipas com os mesmos pontos no final da fase de liga, é fundamental olhar aos critérios de desempate. Assim, a primeira forma para ditar quem fica à frente é a diferença de golos. Cada golo importa, particularmente para quem andar a competir pela fina margem entre estar dentro ou fora do top 8, ou dentro ou fora do top 24. Depois da diferença de golos, o segundo critério são os golos marcados, seguindo-se os golos marcados como visitante. Se a igualdade persistir, vai-se às vitórias e, de seguida, às vitórias fora de casa.
Uma fase a eliminar trazida de Wimbledon ou Roland-Garros
Acabada a liga, com uma frenética ronda final, com 18 encontros em simultâneo, continuam as novidades. Com os oito primeiros encaminhando-se diretamente para os oitavos de final, quem acabar entre a 9.ª e a 24.ª posição discutirá o play-off. Mas, a partir daqui, os sorteios serão, todos, altamente condicionados.
As equipas entre a 9.ª e a 16.ª posição serão cabeças de série, disputando a segunda mão em casa. Quem acabar em 9.º e 10.º já sabe que defrontará o 23.º ou o 24.º, tal como quem terminar em 11.º e 12.º calhará frente ao 21.º ou 22.º e quem for o 13.º e 14.º medirá forças contra o 19.º ou 20.º.
Tendo isto em consideração, estar entre os 16 melhores é, também, um objetivo a considerar. Cada lugar que se for trepando poderá, em teoria, levar a um percurso mais fácil nas eliminatórias. O destino do ‘mata-mata’ que se segue à fase de liga é muito influenciado pela classificação geral inicial, podendo ser decisivo lutar, até final, pela melhor classificação possível.
Passada essa fase, os oitavos de final conservarão a tendência para um torneio com várias condicionantes. Será como uma competição de ténis, com os cabeças de série sendo separados e com toda a gente a saber, desde o início, qual o caminho rumo à final de 31 de maio, em Munique.
Desta forma, o 1.º e o 2.º da fase de liga vão para pontas opostas do quadro. Assim, a UEFA assegura que, em teoria, dois tubarões só se possam encontrar na final. Nas últimas temporadas, o sorteio da Liga dos Campeões criou sempre lados do quadro mais acessíveis, aproveitados por Inter e Dortmund para acederem ao encontro decisivo. Com este formato, nivelam-se, em teoria, os diferentes caminhos.
Tal como o 1.º e o 2.º vão para metades opostas do quadro, também o 3.º e o 4.º ou o 5.º e o 6.º são separados, por exemplo. Estas equipas calharão, nos oitavos de final, frente a opositores vindos do play-off, alinhando na segunda mão em casa.