Depois de ter adquirido licenças de 5G no leilão de 2021, o operador romeno estreou-se esta segunda-feira com uma oferta comercial em Portugal, mercado onde investiu até agora 400 milhões de euros. A estreia, em Lisboa, contou com a presença de Valentin Popoviciu, presidente executivo do grupo romeno, que fará também parte da administração portuguesa, atualmente com 800 trabalhadores.
A Digi promete preços "competitivos e acessíveis", e oferece uma fidelização obrigatória de apenas três meses para a Internet fixa e sem qualquer fidelização na televisão ou nos outros serviços. A oferta arranca sem os canais desportivos, nomeadamente Sport TV e Benfica TV, e sem a SIC, uma vez que a Digi está ainda em negociações. Há já acordo com a Media Capital, dententora da TVI e da CNN Portugal, e com a RTP.
Os serviços vão ficar disponíveis a partir de terça-feira, 5 de novembro, com preços que podem ir desde quatro euros para uma oferta simples de Internet móvel, passando por 10 euros para a internet fixa e 12 euros de Internet fixa e TV com 60 canais. Os pacotes com internet fixa e móvel, voz fixa e móvel e TV, podem começar nos 26 euros. A operadora vai arrancar sem serviços no metro de Lisboa e em alguns municípios. Só há 5G nas zonas urbanas. Os serviços arrancam, por isso, para já com limitações.
E a Digi queixa-se barreiras à entrada no mercado, lamentando estar há mais de um ano à espera de autorização para instalar antenas nos túneis do metro da capital.
A Digi apresenta-se como tendo "preços competitivos e acessíveis desde o primeiro dia", e com o lema "Liberdade de escolha". Haverá contratos com duração mínima de três meses para a Internet de banda larga (fibra) e sem qualquer fidelidade para os restantes serviços. Uma vantagem num mercado onde as fidelizações são habitualmente de 24 meses.
Em comunicado, a Digi detalha que “os preços para clientes residenciais do serviço móvel situam-se entre 4 e 9 euros/mês (IVA incluído), com tráfego a partir de 50 GBytes por mês, 200 GBytes por mês ou ilimitado”. Já para "a Internet de banda larga por fibra, o preço é de 10 euros/mês (IVA incluído), para o acesso de 1Gbps, e de 15 euros/mês (IVA incluído), para o acesso de 10Gbps".
Já os preços da televisão começam a 12 euros por mês (IVA incluído), limitado a 60 canais. Para a voz fixa, os preços são de um ou 2 euros/mês (IVA incluído).
Foco no mercado residencial e clientes da Nowo ficam com preços da Digi
A Digi, cujos maiores mercados são Roménia e Espanha, entrou no mercado português em 2021, durante o leilão da quinta geração móvel, onde fez um investimento de 67 milhões de euros. Vai focar-se, para já, no mercado residencial.
Os clientes da Nowo, o quarto operador do mercado português há pouco adquirido pela Digi por 150 milhões de euros, vão ter os mesmos serviços e preços que os novos clientes da operadora romena. Valentin Popoviciu garantiu que não haverá despedimentos na Nowo.
A Digi, avança em comunicado, que utiliza as suas próprias redes de fibra e móveis. “O desenvolvimento de raiz da rede de fibra e da rede móvel a nível nacional foi efetuado num curto espaço de tempo de cerca de dois anos e meio”, salienta operadora romena. Popoviciu assegura que se trata de um investimento “a longo prazo”.
Ainda sem acordo com os operadores portugueses para o roaming nacional, o gestor disse à Lusa que "já não é [um fator] crítico" para a operação. "Ainda não temos acordo porque as condições comerciais que recebemos não são as que esperamos para serem sustentáveis para nós e para as nossas ofertas", explicou, admitindo que vai ser difícil chegar a acordo. Desdramatizando, afirmou que “à medida que se constrói mais rede”, é menos necessário recorrer ao roaming nacional. A Digi afirma que tem 93% da população coberta com 2G e 4G, e 40% com 5G, sobretudo nas áreas urbanas.
A Digi Portugal faz parte do Grupo Digi, empresa com sede social nos Países Baixos e sede de gestão efetiva na Roménia. Está presente no setor das telecomunicações na Roménia, Espanha, Itália, e mais recentemente na Bélgica e em Portugal.